Ter a casa própria é um sonho que aproximadamente 39% dos brasileiros compartilham, segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2024. Além de representar a realização de um objetivo de vida, adquirir um imóvel costuma ser um dos maiores compromissos financeiros que alguém pode assumir. Este passo envolve um financiamento de longo prazo e exige organização, disciplina e uma análise minuciosa da sua situação econômica.
O cenário econômico atual e seu impacto na compra de imóveis
O momento econômico do país influencia diretamente suas chances de conquistar a casa própria. Atualmente, com a taxa Selic em 14,25% ao ano, os juros dos financiamentos imobiliários estão consideravelmente elevados.
Como explica Ricardo de Almeida, diretor financeiro do Cartão de TODOS: “Quando a Selic sobe, o crédito fica mais caro e isso inclui o financiamento imobiliário. Juros mais altos significam parcelas maiores e, no fim das contas, um imóvel que pode sair bem mais caro do que o valor anunciado”.
Mas não se preocupe! Com planejamento adequado, você pode transformar esse sonho em realidade. Confira abaixo nove estratégias práticas que vão te ajudar a organizar suas finanças e comprar seu imóvel de forma consciente e segura.
1. Estabeleça um planejamento orçamentário sólido
O alicerce para conquistar seu imóvel começa por um entendimento claro de sua situação financeira atual:
- Analise detalhadamente suas receitas e despesas mensais
- Identifique quanto é possível economizar consistentemente
- Defina uma meta clara de valor e prazo para a aquisição
“O ideal é montar uma reserva não apenas para a entrada, mas também para os custos com documentação e eventuais imprevistos”, recomenda Ricardo de Almeida.
Dica prática: Crie uma planilha ou use um aplicativo para acompanhar seus gastos por pelo menos três meses. Isso te dará uma visão realista de para onde seu dinheiro está indo e onde pode economizar.
2. Evite armadilhas financeiras comuns
O entusiasmo de se livrar do aluguel frequentemente leva a decisões precipitadas. Entre os erros mais comuns que você deve evitar estão:
- Não considerar os custos adicionais como ITBI (aproximadamente 2% do valor do imóvel)
- Esquecer das despesas com escritura e registro (entre 1,5% e 2,5%)
- Comprometer excessivamente o orçamento com parcelas altas
- Ignorar gastos futuros como condomínio, IPTU e manutenção
“Somando tudo, esses custos podem representar até 5% do valor do imóvel, um valor considerável que precisa entrar no planejamento desde o início”, alerta o especialista.
3. Respeite a regra dos 30% da renda
Para garantir sua saúde financeira durante e após a aquisição do imóvel, é fundamental que:
- O valor das parcelas não ultrapasse 30% da renda líquida familiar
- Você mantenha uma análise constante do orçamento doméstico
- Haja equilíbrio entre o financiamento e as demais necessidades familiares
“É essencial manter uma boa análise financeira doméstica para evitar apertos que podem afetar o bem-estar da família”, ressalta Ricardo de Almeida.
4. Avalie: comprar agora ou continuar no aluguel?
Esta decisão deve considerar seu momento de vida e estabilidade financeira:
- Se o aluguel cabe tranquilamente no seu orçamento e você precisa de flexibilidade, talvez seja melhor esperar
- Se você encontrou uma oportunidade vantajosa e possui estabilidade econômica, comprar pode ser um excelente investimento
Reflita: O que faz mais sentido para seus objetivos de médio e longo prazo? Às vezes, economizar por mais alguns anos pode te permitir dar uma entrada maior e reduzir significativamente o valor das parcelas.
5. Escolha o financiamento mais adequado ao seu perfil
Além dos juros anunciados, é crucial considerar o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento, que inclui todas as taxas extras. Conheça as principais modalidades:
- SAC (Sistema de Amortização Constante): as parcelas começam mais altas e diminuem progressivamente
- Tabela Price: parcelas fixas do início ao fim do contrato
“Na prática, imagine um financiamento de R$ 300 mil em 30 anos. Na SAC, a primeira parcela pode ser por volta de R$ 3.000 e vai caindo ao longo dos anos. Na Price, a parcela começa mais baixa, algo como R$ 2.500, e fica nesse valor até o final”, explica o economista.
O ideal é simular ambos os modelos em diferentes instituições financeiras e escolher o que melhor se adapta à sua realidade financeira atual e futura.
6. Verifique se a parcela realmente cabe no seu orçamento
Para além do limite de 30% da renda líquida, é necessário analisar:
- Quanto sobra após pagar todas as despesas fixas e variáveis
- Se você possui uma reserva de emergência adequada
- Se existem dívidas em aberto
- Se sua vida financeira permanecerá saudável no longo prazo
“O recomendado é que a prestação caiba com folga no orçamento, sem exigir cortes drásticos nas demais despesas da família”, orienta o diretor financeiro.
7. Considere investir antes de comprar à vista
Em cenários de juros elevados como o atual, investir o valor da entrada pode ser uma estratégia inteligente:
- Se você consegue aplicações que rendem próximo à taxa do financiamento, pode ser vantajoso investir por um tempo
- Esta abordagem exige disciplina e perfil para esperar o momento certo
“Se você consegue uma aplicação que rende 13% ao ano, e o financiamento cobra 14,25% ao ano, pode ser interessante investir por um tempo e comprar depois, por exemplo. Mas isso exige disciplina e perfil para esperar”, destaca Ricardo de Almeida.
8. Não existe idade ideal, mas comece o planejamento cedo
Embora não haja uma idade certa para adquirir um imóvel, iniciar o planejamento precocemente traz mais tranquilidade:
- O financiamento médio no Brasil dura entre 20 e 30 anos
- Quem começa aos 30 pode concluir o pagamento aos 60
- Pessoas na faixa dos 50 ou 60 também podem comprar, desde que o prazo e as parcelas se ajustem à sua realidade atual e futura
Importante: Avalie sua expectativa de vida profissional e renda futura ao decidir sobre o prazo do financiamento.
9. Adapte o planejamento ao seu perfil pessoal
O planejamento para a compra de um imóvel varia significativamente conforme a situação de cada comprador:
- Solteiros: geralmente têm mais flexibilidade quanto à localização e tamanho do imóvel
- Casais e famílias: precisam considerar estrutura, localização, escolas e mobilidade
- Autônomos: necessitam de atenção redobrada para comprovação de renda e manutenção de uma sólida reserva de segurança
“Um ponto positivo para casais e famílias é a possibilidade de somar as rendas, o que pode facilitar a aprovação do crédito e permitir acesso a imóveis com melhores condições”, explica o economista.
Transforme seu sonho em realidade
Conquistar a casa própria é uma meta perfeitamente alcançável quando se tem foco, paciência e planejamento adequado. Independentemente da sua idade, perfil ou momento de vida, o mais importante é começar hoje mesmo:
- Entenda sua realidade financeira atual
- Defina metas claras e realistas
- Busque informações confiáveis sobre o mercado imobiliário
- Consulte profissionais especializados
Lembre-se: cada passo dado hoje na direção de suas finanças organizadas é um passo mais perto da chave da sua casa própria nas mãos!
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