Dismorfia Financeira: Quando Você Se Sente Pobre Mesmo Que os Números Mostram o Contrário

Dismorfia Financeira

Você já se pegou rolando o feed do Instagram, vendo pessoas em restaurantes caros, viajando para destinos paradisíacos e ostentando produtos de luxo, enquanto seu extrato bancário parece não combinar com essa realidade? Se sim, você pode estar experimentando o que especialistas chamam de “dismorfia financeira”.

O que é dismorfia financeira e como ela afeta sua percepção

A dismorfia financeira, termo derivado da “dismorfia corporal”, refere-se a uma visão distorcida do seu próprio bem-estar financeiro. É quando você não acredita estar em uma situação confortável mesmo quando os números mostram o contrário.

“É como olhar para seu extrato bancário através de lentes distorcidas”, explica Aja Evans, terapeuta financeira especializada no assunto. “Muitas pessoas criam narrativas negativas baseadas no que veem online, pensando: ‘Todo mundo está viajando nas férias enquanto eu fico em casa’.”

Um estudo de 2024 realizado pela Qualtrics revelou que quase um terço dos americanos relata sentir essa dismorfia em relação ao dinheiro, sendo que entre a Geração Z esse número salta para 43%.

A estética “boom boom” e o consumo ostentatório nas redes sociais

Enquanto checamos notícias preocupantes sobre a economia, somos bombardeados por feeds sociais mostrando um estilo de vida cada vez mais luxuoso. Analistas de tendências como Sean Monahan identificaram recentemente o que chamam de “estética boom boom” – uma volta ao consumo ostensivo inspirado nos anos 1980.

“As pessoas estão participando de jogos de status de forma muito explícita. A hierarquia social está em transformação”, explica Monahan. Essa estética inclui:

  • Roupas de luxo e peças extravagantes
  • Jantares em restaurantes exclusivos
  • Viagens para destinos caros
  • Exibição de produtos de marcas premium

Este contraste entre as notícias econômicas e o consumo exibido nas redes cria uma realidade em “tela dividida” que confunde nossa percepção sobre dinheiro.

Como a dismorfia financeira afeta diferentes gerações

Para os jovens na faixa dos 20 e poucos anos, a dismorfia financeira ganha contornos particulares. Veronica Holloway, analista de dados de 27 anos, compartilha: “Você vê uma publicação na mídia social e pensa: ‘talvez eu esteja fazendo algo errado’, como se eu fosse irresponsável por não poder gastar assim”.

Devin Walsh, 25 anos, profissional de marketing, lista as tentações constantes: “Comidas fotogênicas, aquele suéter viral do TikTok, a nova bolsa para o trabalho… enquanto isso, todos estão fazendo referência à Grande Depressão”.

Esta geração enfrenta um dilema particular: economizar para um futuro incerto ou aproveitar o presente? “Estamos mais inclinados a gastar frivolamente por causa dessa energia de ‘o mundo vai acabar de qualquer maneira'”, explica Walsh. “Para que estamos economizando?”

O paradoxo do consumo em tempos de incerteza

Curiosamente, economistas e sociólogos observaram que durante períodos de crise econômica, as pessoas às vezes aumentam o consumo de pequenos luxos – o chamado “Efeito Batom”. Durante a crise de 2008, por exemplo, houve um aumento nas vendas de cosméticos, talvez como forma de as pessoas se sentirem um pouco melhor em tempos difíceis.

No início dos anos 1980, em plena recessão, a moda tornou-se extravagante e exagerada. “Essa demonstração de riqueza no estilo preppy ocorreu durante a pior recessão econômica desde a década de 1930”, aponta Douglas Rossinow, historiador e autor de “The Reagan Era”.

Como recuperar uma visão saudável sobre suas finanças

Kara Pérez, fundadora de uma organização que ensina mulheres a administrar finanças, identifica que muitas pessoas perderam a noção do que significa estar financeiramente confortável. “Muitas pessoas pensam: ‘Não sou a Kim Kardashian; não sou o Elon Musk. Portanto, estou falido'”, observa.

Algumas estratégias para combater a dismorfia financeira incluem:

  1. Fazer um diagnóstico real da sua situação financeira analisando números concretos, não comparações
  2. Limitar o tempo nas redes sociais ou seguir contas que promovam educação financeira ao invés de consumo
  3. Estabelecer metas financeiras pessoais que façam sentido para sua realidade
  4. Praticar a gratidão financeira reconhecendo sua situação atual

Encontrando equilíbrio em um mundo de excessos

A chave para superar a dismorfia financeira está em encontrar um equilíbrio saudável entre economizar para o futuro e aproveitar o presente, sem se deixar influenciar pela corrida de status nas redes sociais.

Dessie DiMino, profissional de tecnologia de 27 anos, encontrou sua maneira de lidar com isso: “Não quero simplesmente parar de fazer tudo, mas sei que há dias em que eu realmente deveria me preocupar e ficar em casa”.

Lembre-se: sua saúde financeira não se mede pela quantidade de fotos em restaurantes caros ou destinos exclusivos, mas pela segurança e liberdade que seu dinheiro proporciona em sua vida real – não na versão editada para o Instagram.


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